Ouvi Jupiter Maçã pela primeira vez na época da Faculdade com meu Ex. Eram meus vinte anos.
Foi uma época de intensas experiências culturais. Tudo era novidade. Dele veio o Cinema Europeu com a profundidade de Truffaut, Godard, Pasolini e meu queridinho espanhol, Buñuel - Ahhh o Discreto Charme da Burguesia. Não me esqueço de um filme holandês chamado O Ilusionista - uma raridade que ele encontrou nunca locadora de filmes cassete super alternativa. O filme completamente mudo trouxe a mais singular experiência cinematográfica da minha vida.
A colorida e marcante década de 60 americana, historicamente marcada por uma intensa luta por direitos aflorou através de Jefferson Airplane e Strawberry Alarm Clock, carregados pela atmosfera do Movimento Hippie e da Psicodelia.
Mostrou o Surrealismo na Arte e na Filosofia. Muitos Dalís e movimentos de Picasso. Colecionávamos as impressões de Obras de Arte de uma coleção da Revista Caras. Tenho até um Klimt pendurado na parede - O Beijo.
Tivemos muito Os Mutantes. Voltei a entender a magia do som de Vinil que apreciava quando criança. Quantas vezes ouvi sobre Charles Baudelaire e como tinha dificuldade em digerir aquele Poeta. Dividiu comigo tudo que tinha de mais precioso, incluindo sua paixão pelas Artes e pelo Ser Humano Social.
Tais recordações me faz refletir sobre as influências trazidas pelas pessoas que encontramos pelo caminho, e a energia da matéria e da subjetividade se movimentando envoltas por ondas de equilíbrio e instabilidade, e tudo que há entre esses dois elementos.
Formada de planícies, quando menos se espera se torna planalto, e assim as relações humanas vão se moldando pela mudança da paisagem. Somos nós também o reflexo do outro, logo complexos. Taí, também, a beleza da intimidade, das paixões, das amizades, da família, das relações profissionais, do contato com outro Ser.
A foto é o folder original do Show que fui com meu EX em 2009.
Eu e minha Ex é o nome de umas das canções do disco A Sétima Efervescência do Mágico Júpiter Maçã, e também uma das minhas favoritas desse disco.
Júpiter, descanse em paz.
E vocês, aproveitem as relações humanas e essa canção de pirar.
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