sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O outro lado da infidelidade

Em O Outro Lado do Paraíso, nova novela das 21hr da Globo, existe a seguinte trama: o pai de um diplomata que não aceita o casamento do filho com uma mulher simples no sentido material, sabendo da ausência dele física e emocional por conta do trabalho, se alia a ex-namorada do filho e bolam um plano para que a mulher traia o marido. 
O plano funciona e, após voltar de uma longa viagem o filho tem acesso as fotos, mas nem olha, perdoa a mulher, assume também suas traições, sua ausência, e seu foco somente no trabalho.
O casal tem uma conversa cheia de amor e aceitação.
Voltei a ver novelas recentemente depois de um longo hiato e confesso que não lembro de ter visto uma cena dessa. Geralmente, a mulher é tratada como a vagabunda pelo homem orgulhoso traído. Não se avalia a complexidade da situação, apenas rótulos são colocados.
Não há espaço para o entendimento.
Em relação ao marido traído, já acompanhei alguns papéis do Emílio de Mello na TV, e confesso que esse é bastante diferente. A cena dele argumentando com o pai as razões de lutar pelo seu casamento, trouxe uma personalidade de homem seguro, aberto, e que respeita seus próprios sentimentos, apesar da pressão social pela dureza masculina.
Mas o que eu quero dizer com tudo isso? Que também senti uma forma não machista com que o texto do Walcyr Carrasco retratou a mulher numa situação de infidelidade.
Não imaginei que a reação do marido seria de diálogo.


Glória Pires e Emílio de Mello em O Outro Lado do Paraíso (2017)

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Leandro e Leonardo no fundo de casa


Atrás da minha casa onde passei a infância no interior tinha um corredorzão estreito. Lá eu brincava e estendia tudo que era coisa. Enchia aquele corredor de pano, panelinha, boneca, lousa, giz, livro, e muitas crianças. Tudo!! 

A família vizinha de muro escutava a rádio o dia todo, logo, década de 90 Plus Leandro e Leonardo com disco de ouro bombando e lacrando.  

Nossa febre sertaneja de estúdio, vinil, a viola que chora, tem um balanço gostoso de drama e paixão. 

Então me visualizo brincando ao mesmo tempo que ouvia e absorvia aquela música. 

"Vai saudade diz pra ela, diz pra ela aparecer, vai saudade vê se troca, a minha solidão por ela, para valer o meu viver".  

Bonito, né? 

Lembro de acompanhar super emocionada o velório do Leandro pela TV.

Houve uma linda comoção. Nosso ídolo sertanejo :)

Música: Talismã